segunda-feira, 13 de outubro de 2008
Mais bizarrices francesas.
A boa da night daqui é ir para uma boate onde não se paga nada, absolutamente nada para entrar, apenas o que se consome. Mas também é caro consumir. Então o que a maioria faz é beber em casa, ou nas milhões de « places » ou no Parc Jourdan, de preferencia um vinho, vendido nos supermercados de 3 a 5 euros em média e vinhos dos bons, e sair para um desses lugares. Ou seja, pouco ou nada se gasta e se diverte, sò que não hà muitas opções e os lugares são sempre lotados. Ou então mais barato ainda, reunir o povo na casa ou no quarto de alguém no alojamento e ficar là batendo papo a noite toda. Em todos os lugares pùblicos e fechados, como essas boates, é extremamante proibido fumar e todos respeitam. Aqui cidadão paga multa por estar em lugares não permitidos e agir incorretamente. Aqui todos acreditam em tudo o que voce fala. Dà até pena de contar uma mentirinha de vez em quando. Os franceses principalmente, não os imigrantes como eu, são todos muito inocentes. E dà para acreditar em tudo o que eles dizem. São todos muito cultos, não é à toa que a biblioteca municipal abre aos sàbados até 18h e fica lotada, mas também não abre às segundas. Mas as ruas sao uma grande lixeira... Aqui tem de modo geral, muita coisa boa, mas muita coisa ruim...
A questão da maldita idade, também é a bendita idade, porque fui a uma dessas boates com mais tres amigos, e o cidadão da portaria barrou a mim, somente a mim, me perguntando se eu era maior de 18 anos...rsrs... Eu disse: "Oui, merci". :), fiquei super feliz, ou nao! Deve ser porque os jovens de 18 tem cara de 30.
Aqui é voce quem faz tudo sozinho , sem ter o cara pra fazer pra ti: é voce quem tira a sua xerox na papelaria, quem abastece seu pròprio carro, quem é o proprio porteiro, e quando tem alguém pra fazer isso, essa pessoa é sozinha e faz mil coisas ao mesmo tempo : é quem prepara o lanche e a comida, é quem varre o salão, é quem recebe o dinheiro… disso também dà saudade do Brasil, de ter mil pessoas atendendo num restaurante, de ter um porteiro, do abastecedor de gasolina, de ter o cara que tira todas as xerox que voce precisa com a eficiencia e rapidez que eu nunca vou ter. Parece que as pessoas aqui vivem de verdade. Elas não tem esse estresse de cidade grande ainda. Trabalham sim e muito, mas vivem bem. Ah, tem a tal siesta onde em todos os lugares pùblico, lojas, etc, fecham às 12 :30h e sò reabrem às 14h. Putz, uma longa espera se voce tem pressa. Mas pressa pra que ?
Enfim, muita coisa, muito detalhe que eu vou escrevendo, se possivel, toda a semana.
Bizarrice!!
Il faut s'abriter
Ah, o alojamento. Foi isso que me permitiu ter o atestado de residencia para abrir a conta no banco. Logo quando cheguei aqui fui pro alojamento, mas me assustei um pouco com tudo, pelo vazio do lugar, a mulher que me atendeu, pessoas, enfim. Daì a Fernanda, uma amiga que està fazendo o mesmo curso desde o ano passado, me segurou por 4 dias na sua casa. Mas depois saì de là e fui encarar o alojamento. Como era férias quando cheguei, estava tudo vazio. Mas tudo se saiu bem. Não é o melhor lugar do mundo para morar por um ano, mas quebra um galho se voce quer economizar. Ah, o banheiro é comunitàrio, homem e mulher, vaso e chuveiro sem distinção de sexo. Achei bizarro no inìcio, mas como me disseram que aqui as pessoas não tem essa coisa da sexualidade muito presente, encarei na boa. E foi simples. Tomei banho com o cara do chuveiro ao lado (fechado por divisòrias e não paredes, e portas, é claro), sem o menor problema. Esbarrei por pessoas no corredor enroladas na toalha… Depois de uma semana là, quando jà estava me acostumando com as coisas, conhecendo pessoas, fazendo amizades, tive que deixar o lugar. Maldita idade que vai chegando…. Mas como bem disse a Erika, amiga que eu hospedei por dois dias, meu cafofo novo é muito fofo e dà pra fazer uma mini-festinha aqui de vez em quando "sem muito barulho".
Primeiras semanas com a lingua...
Départ...
Trocar o certo pelo incerto não parece aos olhos de muitos uma decisão bem tomada . Mas fazer do incerto uma boa troca é uma decisão muito mais difìcil, principalmente quando o teclado frances não possui o grave e o circunflexo, como acentos da regra gramatical. Como se tudo na vida devesse seguir uma regra tão exata quanto a ortografia ou a matemàtica possam ser.
Bem, isso é apenas um ensaio de tudo o que fez parte de um momento em que era preciso agir com rigidez e ao mesmo tempo com a liberdade necessària para fazer do incerto uma troca sem os pré-conceitos do que é certo ou errado (o bom desse teclado é que existe uma tecla que tem o « é » jà acentuado, assim como o « è »). Como nòs acostumamos com quase tudo na vida, é fàcil assim fazer escolhas difìceis porque por tràs delas existe também esse caminho mais fàcil, como digitar « é », ou não é ?
As semanas que antecederam a partida « pour la France » foram, digamos, cheias de incertezas, medos, expectativas, alegrias, tristezas. Como se todas essas coisas, assim como milhões de outras, não fizessem parte da vida de qualquer ser humano com objetivos mais ou menos definidos. Como se os objetivos pudessem ser o tempo inteiro demarcados. Enfim, isso não importa. A decisão jà foi tomada. Isso é fato. Agora é seguir em frente e ver o que acontece.