quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Meia-noite já passou!

Estou vendo que minhas idéias não são mais as mesmas de quando resolvi abrir o blog. Antes ficava viajando no meu "longo" trajeto casa-trabalho-casa o que iria postar aqui e vinham zilhões de idéias. Digo longo porque depois que passei a andar mais de metrô, passei a caminhar mais pelas ruas. E o bom disso é que não preciso pagar academia e ainda por cima contribuo com o meio ambiente, contribuo com as ruas dessa cidade para que não fiquem entulhadas ainda mais e contribuo com o blog.
Esse recesso entre Natal e virada de ano faz a gente refletir sobre o que será daqui pra frente. Hum. Mas isso só faz sentido para quem acredita na contagem do tempo como um fator de mudança pessoal. Desde pequena ouvia meu pai dizer "O tempo e a natureza não sabem de calendários. Tudo é e será exatamente o mesmo". Hum. Naquele tempo realmente isso não fazia o menor sentido para mim e achava que ele era radical demais para dizer tal coisa. Mas hoje... Hoje penso quase igual a ele. Não vejo que tal troca de numeração anual contribua para uma mudança pessoal ou mesmo no mundo. Mas considero que o ano acadêmico, e acho que somente ele, realmente possa fazer uma vida mudar, de lugar, de profissão até. E aí sim passa a fazer mais sentido uma virada de ano. Mas se considerar a vida e o trabalho por si só, não vejo mudanças tão radicais. Nossos desejos por um mundo melhor, uma vida mais digna, com menos ou mais gordura... óóóó... dependem exclusivamente de mim, de você. E para que isso aconteça não vejo necessidade de que tenhamos um número controlando nossas ações.
E que a festa dessa virada seja sempre. Virar o jogo, virar tudo de cabeça para baixo. Mudar. Quem sabe ser diferente...mas sempre.
Ah.... e uma coisa que me irrita por completo na virada é a comemoração às 00:00h. Poxa, estamos em horário de verão... ainda bem que sempre tem alguém que concorda comigo, porque às 1:00h sempre tem alguém soltando uns fogos aleatórios. E ainda tem muita gente que diz: "Meia-noite já passou!". Já passou em vários lugares do mundo e aqui.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Mãos e idéias na cabeça





E
ste cartão que recebi me parece um dos poucos que me fez refletir e pensar sobre a forma como foi feito. Simplesmente lindo... Não vou aqui falar nada mais, mas apenas deixar as interpretações fugirem dos pensamentos...


FELIZ NATAL A TODOS.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Idéias minimalistas

Incrível essa época natalina. Pessoas correndo de um lado para o outro, lojas que você jamais via gente, lotadas. E eu querendo agora falar de aprender a se viver com menos coisas, a ter menos coisas, a usar menos coisas. Estava eu lendo sobre isso num comentário de um amigo e me senti muita vontade de falar sobre, já que estamos entrando nesse momento consumista. Acumulamos coisas muitas vezes sem necessidade... roupas, coisas que raramente usamos, que compramos apenas porque pode ser que vamos precisar um dia, ou que está na moda. Imagino que se temos algo que não usamos num raio de tempo de um ano, pode-se doar. Engraçado que quando as pessoas compram algo, não pensam muito no lixo que é produzido, se estão efetivamente precisando de tal coisa ou o que aquilo poderia representar na sua própria vida se ela não o comprasse. O que pode representar?
São como esses panfletos que recebemos nas ruas. Papel inútil que vai para o lixo e ninguém sabe para onde vai o lixo e quem cata o lixo. É papelzinho gratuito que você não compra, mas vende-se uma idéia nele. E de idéias consumistas o mundo já está cheio.
Propagandas em tudo quanto é canto dizendo: "compre batom, compre batom". Vamos encher o mundo de idéias racionalistas, minimalistas. Se eu tirar metade das coisas que tenho dentro de casa, imagino que viverei mesmo assim e poderei ser tão feliz quanto, porque quem acredita na carga que existe nas coisas ao redor, vai se sentir mais leve. Vendo uma idéia: quando comprar algo, retire algo, doe algo. Compre uma roupa, doe outra que está no armário. Agora dos livros não se abre mão, mesmo nessa era digital, ainda os estimo muito. Mas quando compro um, dôo outro, ou então, vejam em www.bookcrossing.com, um livro pode viajar o mundo doando suas idéias. (Este site foi uma idéia doada por um amigo).
Então, neste Natal tenha uma idéia: doe esta idéia num papelzinho que não seja descartável. Fácil falar, difícil agir. Será que as pessoas se importariam de receber algo meu de presente que já seja usado? Se o presente também é o valor sentimental que nele está incluído, qual seria o problema? Isso. Dar algo seu de presente e colocar uma idéia dentro dele. Uma idéia de preferência minimalista.

sábado, 15 de dezembro de 2007

100 anos de artimanhas concretadas

Não parece comum, mas sempre que estou com amigos não-arquitetos eles sempre me perguntam o que acho de Oscar Niemeyer e, nem sempre quando estou com amigos arquitetos discutimos sobre suas obras ou o que pensamos dele. Pois bem. Até pouco tempo atrás não tinha uma auto-opinião sobre ele, mas de uns tempos pra cá me senti obrigada a tal. Pois bem. Penso que ele talvez seja o único arquiteto brasileiro a conseguir trabalhar o concreto de uma maneira inovadora, ao meu ver, e conceber novas formas, com muita leveza. Muitos arquitetos só conseguem trabalhar o concreto dentro daquele pré-conceito "caixotão". Ele não. E muitos ainda contestam seu modo de projetar: uma linha aqui, outra acolá e a idéia já está pronta. Bom, o Sussekind sabe o que faz e ele se responsabiliza por tais linhas. Pois bem. Embora eu admire essa facilidade dele em moldar o concreto como se fosse argila e pré-conceber formas tão simples com um material aparentemente tão rígido, encontro alguns contras em sua arte. A aridez, responsável pela monumentalidade das obras, na maioria das vezes é a grande vilã das contrariedades do senso comum. Nesse ponto, esse caráter monumental perde para o mais importante da arquitetura: o bem-estar humano, porque arquitetura é ser e estar humano (algumas faculdades incluem a Arquitetura dentro das Ciências Humanas, outras da Tecnológicas. É dual). Pois bem, se tirarmos alguns exemplos, encontramos: Memorial da América Latina (São Paulo), Praça dos 3 Poderes (Brasília), Caminho Niemeyer (Niterói), etc. Esses são poucos exemplares, mas dá para se ter uma idéia da digamos, falta de arborização do ambiente que ele produz. Só mesmo se escondendo debaixo de suas grandes marquises. Pois bem, uma das últimas discussões de que tive notícia, é o Parque Dona Lindu na Praia da Boa Viagem em Recife. Quando estive lá, dias atrás, algumas pessoas refutaram a idéia de que esse parque não é o que eles precisam. Eles querem coisas mais palpáveis ligadas ao cotidiano: um grande espaço arborizado, com uma pista para corridas, ciclovia e bancos para descanso. Tubarões da Boa Viagem à parte, a realidade deles é outra. E ainda tive o desprazer de ouvir que o projeto de Niemeyer não incluiu vagas para carro. Está vendo? Mais uma vez o carro para atravancar os planos. Por isso sou a favor de uma sociedade sem carros. Mas voltando... No fórum de discussões sobre a idealização do parque, dei muitas risadas: http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=485979 . Interessante ver a visão do povo, senso comum, e como eles muitas vezes respondem a sua arte. Porém o senso-comum também não sabe o que um prédio de 40 andares significa na ambiência de uma cidade. Entre isto ou aquilo, prefiro aquilo, branco, concretado, sem árvores. 40 andares significam mais de pelo menos 120 carros circulando na Boa Viagem.

Bom, acho que dá para se fazer uma tese sobre Oscar Niemeyer. E não me cabe aqui tal artimanha.

Para finalizar, acredito que ele é um gênio da arte do concreto, mas poderia, hoje, dentro da nossa realidade contemporânea, com aquecimento global (ou não) por aí, incluir um pouco mais de agradabilidade dentro da sua escala monumental exterior, melhor dizendo, árvores, espaços gramados, etc... Segundo tal fórum, ele resolveu abrir mão de sua aridez e "plantou" algumas árvores. É um gênio sim, monumental sim, e sua vontade de viver extrema sim.
Tive a oportunidade de estar com ele há muitos anos atrás, num tempo ainda em que eu nem sabia o que era arquitetura e quem era ele de verdade. Talvez se soubesse, hmmmm....

Admiro muito esse arquiteto e dou meus parabéns a ele pelos seus 100 anos de amor à arquitetura.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Viagens: Pernambuco I - Porto de Galinhas

Me parece necessário aqui explorar um pouco mais de coisas menos sérias e mais divertidas.
Minha paixão por águas transparentes me permitiu ver e presenciar o quão belo é o litoral do Nordeste. Isso porque não foi nem 1/3 do que presenciei. Ainda há muito que ver, há muito para se encantar. E enquanto isso não vem, fico com o mínimo e meu guia Quatro Rodas na mão.
Pois bem, aquilo lá é incrível. Os peixes vêm comer na sua mão, nas piscinas em que eles, coitadinhos, ficam presos na maré baixa. Eles desfilam pra você, e te dão ares de boas-vindas, parece até que já estão domesticados e não se sentem nem um pouco medrosos. Visitamos (Eu e Henrique, um amigo que está percorrendo todo esse Brasil, do Oiapoque ao Chuí) outras praias de bugre, praias assim, cheias de recifes que são ótimas nos horários da maré baixa. A vila de Porto de Galinhas é aquela coisa de cidadezinha interiorana que abriu as portas para o turismo recentemente. Embora recente, a estrutura é razoável. Abaixo um roubo do que escrevi no blog de viagens dele... estou meio sem imaginação agora para repetir tudo de novo:
"O povo que trabalha lá é muito incisivo. Eles só não te carregam pra te colocar na cadeira da praia porque seria invasão de privacidade. Mas até entenderia se eu trabalhasse ali, já que os meses de maio a setembro são praticamente chuvosos na região. Não sei o que fazem eles. Ganhamos uns souvenirs instantâneos que duram um momento: peixes, as rosas, a barata e o beija-flor. O peixe é 'pura diversão'. São pequenos bichinhos de um tipo de capim feitos por crianças, provavelmente os filhos dos pescadores ou dos atendentes das barracas ou dos donos das jangadas ou dos bugreiros. Eles ficam rodeando a praça mais movimentada (a única talvez) fazendo esses souvenirs e entregam para as pessoas. O mais legal é que eles ainda não são incisivos como os outros de lá, e os daqui, e não lhe pedem um centavo por terem feito aquilo. Mas as pessoas se mobilizam, e eles sabem disso. Eles demoraram quase o tempo todo em que estivemos lá pra nos dar algo, mas também quando nos descobriram....ahá! Ganhamos todos os modelos!!! Bom, de pernas torradas ao derretimento do corpo, o lugar é belo e encantador." O sol de lá às 8:00h da matina já está a pino esturricando a pele. É coisa de louco isso.
Bom, ainda falta o restante. Olinda e Recife. Só digo que voltei de lá com muitas idéias bizarras na cabeça. Vender brinco na praia, viver de nada, só de praia e água fresca.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Concursos: BNDES

Houve mudança no edital com relação aos conteúdos programáticos e quem quiser conferir, visite a página www.cesgranrio.org.br . Para arquitetura especificamente, retiraram grande parte dos livros teóricos e substituíram por livros mais técnicos. Concurso anterior exigiu um conhecimento sobre grandes obras arquitetônicas produzidas por renomados arquitetos. Também foi um misto de conhecimentos gerais de arquitetura com um conhecimento mais técnico, ligado à prática.
Bom, esse agora, me parece que será um misto de novo. Arquitetura moderna basicamente com a prática arquitetônica e suas teorias. De Zevi a Frampton, passando pelos manuais da Pini.
Farei pelo simples fato de que é o mínimo, milionário para se trabalhar 35 horas por semana. Menos escravizado, mas mesmo assim, melhor que isso é ser hippie e vender brinco nas praias do Nordeste. Ah, e isso será assunto para os próximos capítulos.

Quem estiver tentando estudar, não se esqueça das grandes verdades da arquitetura: ou se sobrevive com ela ou se faz outra coisa e a utiliza como um hobbie diário. Eu ainda não escolhi a minha verdade.

O Blog

Só para continuar a questão do blog... Alguns assuntos mais específicos terão o título da seguinte forma:
Viagens: XXX
Concursos: XXX
Arquitetura: XXX
Meio Ambiente: XXX
Urbanismo: XXX
Outros assuntos mais gerais de experiências pessoais e alheias, diversidades, etc, virão somente com o título, sem a chamada anterior do assunto, mas que poderão ter tais assuntos embutidos no seu interior, como uma farofa de ovo com banana.

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Asas do conhecimento

Continuando aqui a inauguração do blog, hoje é o dia do Arquiteto. Não foi proposital e nem mesmo gostaria que o fosse. Não sei se é motivo de comemoração, talvez sim, mas mais pela minha paixão nos estudos sobre a arquitetura e urbanismo do que pela atuação efetiva na profissão. De todo modo, coincidências ou não, essa semana comemoramos também o "primeiro" centenário do nosso querido e revolucionário da arte do concreto, Oscar Niemeyer. Digo primeiro centenário, pois alguns dizem que ele nunca vai morrer. Bom, biologicamente tenho dúvidas quanto a sua permanência eterna terrena, mas sua arquitetura nunca irá morrer. Aliás, ao contrário de outras artes, como música, fotografia, pintura, a arquitetura jamais é capaz de se dissolver. Música sim. A não ser em casos de demolição, como a de grande parte do Centro da cidade do Rio de Janeiro em séculos passados. Neste caso, Bruno Zevi* não estava aqui para presenciar esse fato e jamais poderia fazer tal comparação da arquitetura com outras artes. Finais dos tempos da história e a arquitetura do Rio teve um fim e um começo. Mas isso é papo para outro momento.

Esse blog, terá um caráter de misto-quente com goiabada. Ele dirá sobre tudo e todos. Arquitetura, urbanismo, arte, meio ambiente, religião ou ética (como queiram), concursos, experiências pessoais e alheias (quase nunca ou sempre identificadas), viagens reais e imaginárias, frustrações, desejos, caminhadas... Enfim... as asas do conhecimento...

Tentarei ser freqüente nisso aqui, até para que possa funcionar, mas como tudo é dual e sempre se esvai de um lado para o outro, não sei...



* Bruno Zevi em "Saber Ver a Arquitetura", faz comparações diversas com outras artes.

Ganesha

Bom, iniciando meus primeiros posts, preciso explicar aqui o porquê do Ganesha, já que vai gerar curiosidades. Bom, primeiro, há definições em várias páginas na internet e quase todas muito similares. Então, escolhi esta que me parece bastante plausível:

"Ganesha é o primeiro Deus a ser reverenciado em todos os rituais Hindus. Está nas portas dos templos e casas protegendo as suas entradas. Ganesha é o Deus que remove todos os obstáculos, ele é o protetor de todos os seres. Ele também é o Deus do conhecimento. Ganesha representa o sábio, o homem em plenitude, e os meios de realização. Sua figura revela um significado profundo e necessita ser desdobrada." Fonte: http://www.yogalotus.com.br/ganesha.htm.

Não fazendo reverência a nenhum tipo de religião, crença ou ética, como queiram alguns, mas a história desse nome é muito simples: o adotei porque se parece com meu nome. Foi numa dessas lojas de produtos naturais que o adotei para ser meu codinome em algumas ocasiões, sem nenhum real motivo mais forte. Só que depois, ao esmiuçar o seu significado, mais por curiosidade dos outros do que a minha, resolvi investigar. E aí, que mistério... Me identifiquei demais com alguns de seus significados.

Tirando a parte que diz que a imagem de Ganesha é composta de quatro animais, homem, elefante, serpente e o rato, há identificações com:

As orelhas abertas denotam sabedoria, habilidade de escutar pessoas que procuram ajuda e para refletir verdades espirituais. Elas simbolizam a importância de escutar para poder assimilar idéias. Orelhas são usadas para ganhar conhecimento. As grandes orelhas indicam que quando Deus é conhecido, todo conhecimento também é.

A posição de suas pernas (uma descansando no chão e a outra em pé) indica a importância da vivência e participação no mundo material assim como no mundo espiritual, a habilidade de viver no mundo sem ser do mundo.

Porém: O fato dele ter apenas uma única presa (a outra estando quebrada) indica a habilidade de Ganesha de superar todas as formas de dualismo. Isso não, infelizmente.

E etc. Para os curiosos... Chá da tarde e diversão na net: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ganexa