quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Sucateando a arte, no mundo


A vilã da arte rouba a cena. Primeiro no Brasil, depois na Suíça. Estou há dias para falar sobre o sucateamento da arte. Sucateamento? Mas o que é arte afinal? Uma discussão dessas sem fim, como religião e futebol. Funk é arte? Futebol é arte? Picasso é arte? Niemeyer é arte? Arquitetura é arte?

Ainda bem que as telas também foram roubadas na Suíça, porque aí tiramos das costas a culpa e aquela frase "só podia ser brasileiro". Aqui também fala-se alemão e se foi um alemão que roubou as telas na Suíça, ele também bem que poderia falar um português mais ou menos. Li uma vez que a arquitetura não tinha o valor que uma pintura tem, ou que uma obra de arte, uma escultura têm. Arquitetura é coisa pra ser vivida, sentida com as suas quatro dimensões. É mais rica que uma pintura, por ser parte da experiência, cheiro, tato, visão e audição. O tempo, quarta dimensão, é o tempo do real, do momento que será diferenciado por outro e mais outro e outro. O sol do meio-dia é diferente do sol das 18h. Um monumento ao meio-dia é outro às 18h. E a pintura?

A pintura é generosa, num quarto é uma coisa na sala é outra. Não descarto seu valor, mas poderia ser mais baixo não? Milhões de dólares num espaço de 60cm x 60cm? E o espaço de obras arquitetônicas tão ricas, espaços de mais de mil metros quadrados? Se eu pudesse levava pra casa. Talvez uma maquete do MAC valha tanto quanto uma pintura de Cèzanne. Ou o Museu do Louvre. Ou não...

O que leva o nome da arte? O autor? Ou seu poder sobre os outros? Século XXI e a arte de séculos passados está aí. A arquitetura também. Mas quem vale mais? O que farei com telas de pintores mortos? Sucata... no mínimo, ou milhões de dólares... melhor gastá-los vendo arquiteturas do mundo e quem sabe uma tela de Picasso no museu do Louvre. :)

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